SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os principais bancos do país já receberam pois mais de dois milhões de pedidos de renegociação de dívidas, valor equivalente a R$ 200 bilhões, informou a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) na segunda-feira (6).
A ação foi no entanto anunciada em 16 de março pela Febraban e consistia em adiar os vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas por até 60 dias. O adiamento dessas dívidas é tratada como uma renegociação de contrato.
O acordo vale entretanto para acordo vigentes e com pagamento em dia. Caso o banco queira estender o benefício para contratos atrasados, pode fazê-lo. Mas isso depende dos critérios estabelecidos por cada banco.A ação acompanha o recente posicionamento do CMN (Conselho Monetário Nacional), de dispensar os bancos de provisão (reserva de dinheiro para cobrir o risco de não pagamento) no caso de repactuação de crédito pelos próximos seis meses.
O levantamento não informa quantos dos pedidos foram aceitos, negados ou ainda estão em análise. A federação também não tem uma estimativa sobre quantos pedidos poderão ser processados ao longo da crise do coronavírus.
A Caixa Econômica Federal foi a instituição que recebeu o maior volume de pedidos: foram um milhão de solicitações em contratos habitacionais; com oferta de R$ 111 bilhões em créditos e carências de até 90 dias.O Itaú registrou 302,3 mil pedidos no período; com saldo de R$ 12,1 bilhões, além de parcelas já prorrogadas correspondentes a R$ 679 milhões. O Banco do Brasil teve 200 mil solicitações, o equivalente a R$ 60 bilhões, e o Santander registrou 90,9 mil pedidos (R$ 11 bilhões).
O Bradesco registrou 635 mil pedidos; mas não informou o quanto essas solicitações correspondem em valor.Em nota, a Febraban afirmou que os bancos seguem sensibilizados; com a necessidade de os recursos chegarem rapidamente na ponta.
“Entendemos a ansiedade de diversos setores, mas é preciso compreender que esse é um processo gradual e complexo, que demanda diversas providências e; em muitos casos, envolvem mudanças regulatórias, a exemplo da linha de liquidez do Banco Central para a compra de Letra Financeira Garantida; e a liberação de compulsórios”, afirmou em nota.
Em nota, a Febraban também afirmou que os bancos se anteciparam ao repasse de recursos do governo e já disponibilizam; desde segunda (6), a linha para financiamento da folha de pagamento de pequenas e médias empresas. Os recursos serão cedidos com juros de 3,75% ao ano.
As ações vêm em linha com as medidas anunciadas recentemente pelo Banco Central em prol de promover; maior liquidez ao sistema financeiro em um momento de crise econômica causada pela pandemia do coronavírus.