Domésticos sem carteira têm maior taxa de afastamento devido à pandemia

Entre os que permaneciam afastados do emprego em junho, 11,8 milhões não estavam trabalhando devido às medidas de distanciamento social


Dos 83,4 milhões de trabalhadores ocupados no País, 14,8 milhões estavam afastados do trabalho em junho, 4,2 milhões a menos do que em maio. Parte dessas pessoas pode ter perdido o emprego, mas os demais retornaram ao trabalho devido à flexibilização das medidas de isolamento social em diferentes regiões do País. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os que permaneciam afastados do emprego em junho, 11,8 milhões não estavam trabalhando devido às medidas de distanciamento social.

“Cai o número de afastados porque ou as pessoas foram mandadas para trabalhar ou as pessoas foram mandadas embora”, resumiu Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Entre os tipos de ocupação, os maiores porcentuais de pessoas afastadas devido à pandemia da covid-19 estavam entre os domésticos sem carteira assinada (26,8%), os empregados do setor público sem carteira (24,4%) e os empregados do setor privado sem carteira (17,3%). No entanto, houve redução na proporção de pessoas afastadas em todas as categorias em relação a maio.

Em relação aos grupamentos de atividade, a Agricultura e pecuária registrou o menor porcentual de pessoas afastadas (5,2%), enquanto as maiores proporções ocorreram no segmento de Outros serviços (30,8%), Alojamento e alimentação (23,1%) e Serviço doméstico (22,9%).

O Nordeste apresentou o maior porcentual de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social (20,2%), seguido pelo Norte, (17,1%).

Entre os ocupados, 68,7 milhões continuavam trabalhando, sendo que 8,7 milhões trabalhavam de forma remota.

Havia mais trabalhadores remotos entre as mulheres (17,5%) do que entre os homens (9,4%). Entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 37,3% estavam trabalhando remotamente.

Por outro lado, o trabalho remoto teve baixa adesão entre os ocupados sem instrução ou com fundamental incompleto (0,4%), bem como para o nível fundamental completo ou médio incompleto (1,4%).